Nível de consciência, é algo de que se ouve falar bastante e, embora exista
um entendimento comum sobre isso, qual é o seu significado e a sua
importância na nossa forma de gestão?
Vamos primeiro pensar como uma empresa progressista pretende obter
resultados. Neste tipo de gestão, os resultados são obtidos através de um
processo de superação individual e, por esta razão, é fundamental que o
líder trabalhe a relação do colaborador com a sua própria visão de
superação e como ele se relaciona consigo mesmo quando as adversidades,
naturais e diárias numa empresa competitiva, aparecem. E querer ou não
superar os desafios está diretamente relacionado às percepções que as
pessoas têm sobre si mesmas, sobre a empresa, sobre as suas vidas e
sobre porque acordam todos os dias para vir trabalhar. Percepções que têm
a ver, claro, com as suas crenças pessoais, com a forma como foram
educados, com os seus modelos mentais, suas buscas na vida e até com os
seus níveis de maturidade pessoais. Este conjunto todo é o que compõe o
nível de consciência de cada um de nós e é com ele que tomamos as nossas
decisões diárias.
E tudo se inicia dentro de nós, com o que desejamos da vida e de como
atuamos para que esses desejos se realizem. Nesse processo podemos
achar que a vida nos deve tudo, ou que devemos tudo para a vida, ou que
tudo nos chegará naturalmente, sem esforço ou que, ao contrário, nada nos
chega de graça, etc. Com isso vamos colecionando erros e acertos, prazeres
e desprazeres, num processo quase de tentativa e erro. Mas, o que acaba
faltando, e que nos custa perceber (se é que algum dia chegaremos a
perceber), é que nível de consciência depende da nossa integridade que,
por sua vez, depende do ponto de vista do outro. Somente a partir de uma
visão mais ampla, trazida pelos que nos cercam, é que construiremos a
integridade necessária para que possamos, de fato, nos relacionar de
verdade conosco mesmos e começarmos a entender o processo de evolução
que aumenta o nosso nível de consciência geral.
Este processo de construção da consciência tem algumas características. É
evolutivo, de maneira que sempre estaremos avançando, mesmo que nos
pareça lento. O seu caminho é em círculos, como numa espiral, de forma
que muitas vezes sentimos estar passando pelo mesmo ponto, com a
sensação de não ter havido evolução nenhuma. É de dentro para fora, no
sentido que o aprendizado é pessoal e singular, a partir das escolhas de
cada um. Também não é um processo muito claro, e nem poderia ser,
porque demanda que uma decisão seja tomada com base em situações não
muito lógicas e às vezes até contraditórias. E depende, basicamente, da
atuação baseada em crenças, e não nas conveniências do momento.
Portanto nível de consciência não é um assunto muito fácil, e cada líder
numa empresa progressista tem a missão de trabalhar o nível de
consciência de cada liderado seu, que por sua vez é quem está no comando,
e que deve decidir se deseja ou não seguir por este caminho. As empresas

progressistas, que atuam com base na motivação intrínseca da equipe,
dependem que esta evolução esteja acontecendo dentro de cada
colaborador, a todo momento. Num mercado muito dinâmico, onde a
inovação depende da energia criativa de toda a equipe e onde os desafios
são crescentes, um alto nível de consciência é essencial. Vamos nessa?