Se existe algo que tem alta concordância é que cada um de nós pode levar
a nossa vida, e as nossas realizações, de acordo com as nossas crenças.
Simples assim, e de forma similar, o empreendedor também tem o direito
de organizar e fazer sua empresa funcionar de acordo como vê o mundo.
Isto posto, a questão é que existem inúmeras formas de gestão, inúmeras
formas de se criar uma estratégia e inúmeros tipos de ofertas para se ir a
mercado. E cada uma dessas possibilidades gera uma empresa diferente e
resultados diferentes.
Focando então no tema equipe e de como faze-la desempenhar plenamente
numa empresa, as possibilidades são várias, mas acabam de agrupando em
torno de duas possibilidades: ou fazemos um grupo funcionar através de
estrutura de comando e controle, ou fazemos um grupo funcionar através
das motivações intrínsecas de cada um dos nossos funcionários (??) ou
colaboradores (??). Vejam que até a forma de nomear quem faz parte da
equipe parece que já implica uma escolha. Vamos ver os ganhos e perdas
de cada um?
Se a escolha é por comando e controle, nomear o responsável por um grupo
de funcionários como chefe parece que faz sentido. Afinal de contas só
preciso investir nessa pessoa para que ela, com um poder estabelecido de
admitir ou demitir funcionários, possa criar o seu grupo e trazer os
resultados determinados pelo chefe dele. Nesse caso as particularidades de
cada um de seus funcionários não precisam ser conhecidas nos detalhes,
contando que cada um cumpra bem o que foi ordenado, seja por medo ou
por uma motivação extrínseca (bônus, aumentos, cargos, elogios).
Problema: isso é ótimo num ambiente estável, num mundo estável, em que
não necessitamos de uma superação quase que diária, e que basta definir
metas para cada um da equipe. Ganhos: tudo é mais rápido, objetivo e
teoricamente deve funcionar como um relógio, através da padronização de
comportamento e entregas.
Se, por outro lado, a escolha é por se trabalhar a motivação intrínseca de
cada um, temos uma rota mais turbulenta, mas não menos eficiente. Cada
colaborador é único nas suas questões pessoais, nas suas crenças, nas suas
competências, nos seus sonhos. E tudo isso precisa ser conhecido e
considerado, se desejamos que ele venha trabalhar motivado e sentindo
que faz alguma diferença real para a empresa, que por sua vez precisa
estar a seu lado nos outros aspectos de sua vida. Enfim, ele precisa sentir
que é tratado como um SUJEITO, diferente da situação anterior, de
comando e controle, quando só precisamos tratar funcionários como um
OBJETO. Problema: leva-se mais tempo para considerar todas as aspirações
do colaborador, tem-se de incluir no seu processo evolutivo as suas
questões emocionais, e a sua evolução de atitude é o centro do processo,
mais até do que o resultado imediato de seu trabalho. Ganhos: criatividade,
superação, vínculo com o líder e com a empresa, num ambiente dinâmico,
mutante e desafiador. Só uma equipe conduzida dessa maneira por um líder

competente em pessoas pode se superar e apresentar os resultados
esperados.
A pergunta que se coloca então é: em que época estamos vivendo, estável
ou instável? Parece que temos de novo uma alta concordância aqui, já que
as coisas estão mudando diariamente, o amanhã seguramente será
diferente de hoje e novas competências deverão ser buscadas e apropriadas
a toda hora, numa decisão que dependerá, cada vez mais, da decisão
individual de cada membro de nossas equipes. A necessidade de se criar
uma equipe de alto desempenho passa a ser fundamental para que as
empresas possam competir e até permanecer no mercado. Essa equipe,
baseada na colaboração, superação, valorização do outro e competência é o
ativo estratégico mais fundamental hoje em dia das empresas. Simples
assim.
Qual a escolha faz mais sentido então, para um investidor: empresas
movidas a chefes ou empresas movidas a líderes?